fevereiro 26, 2013

Sonhando com o inimigo


Confesso que, para meu grande espanto, estive quase a gostar de um deputado. Foi hoje, enquanto via o jornal da SIC. Este surpreendente facto deve-se a várias coisas ao mesmo tempo:
1. falar italiano (é meio caminho andado para eu me perder de amores)
2. usar brinco (é o meu lado irreverente em estado coma)
3. ser bonito que se farta (a estética é cá uma coisa)
4. nunca ter estado na política antes (não tem nada a ver com os problemas da minha profissão e com a crise, portanto)
5. chamar-se Stefano (gosto tanto, assim como de Stephan e mesmo Steven, nomes que perdem todo o charme em português)
6. não ir receber o salariozinho de 20.000 euros por querer cortar as despesas da política
Perigoso, portanto. Eleições italianas a fazerem estragos. Estava eu embalada nisto quando se diz que o novo deputado vai ter que usar fato e gravata no parlamento. Respirei de alívio. Quebrou-se parte do encantamento. Vai parecer igual aos outros. E com sorte, para mim, que não quero ter nada a ver com a política, vai ficar igualzinho no resto daqui a uns tempos. Espero que não. Não por mim, estava a brincar (estava?), mas por ele e pelos outros.

2 comentários:

  1. A política corrompe e de que maneira...
    Partilho da paixão pela língua italiana! Marla

    ResponderEliminar