1. Não é possível fazer calar os capitães de abril ou não ter interesse no que dizem. Simplesmente porque ainda vivem e carregam na memória os dias antes e depois. E nós temos que lhes estar gratos, mesmo quem não soube o que era o antes e é livre desde que nasceu. Precisamente por isso, esses, nós, temos que lhes estar agradecidos por terem mudado o curso da nossa história e dos nossos dias. Não faço ideia se há espaço para falarem na assembleia ou não, mas se não houver devia haver. Os intervenientes na história na sua forma mais direta estão vivos, repito, o acontecimento é recente - o que são 40 anos na linha do tempo?- e esquecê-los neste dia é uma profunda forma de ingratidão. Se o esquecimento acaba por ser natural com a passagem do tempo, quando as gerações que vivem certos acontecimentos dão lugar a outras, aqui ainda não. Não é possível esquecê-los, ainda, e ignorá-los. A nossa humildade, enquanto povo, em reconhecer a sua coragem e importância devia ser muito maior. Devia existir, simplesmente.
2. A remota possibilidade (será?) de Durão Barroso se candidatar à presidência da república deixa-me quase em estado crítico. Não lhe reconheço nenhum mérito nem possui qualquer envergadura moral ou intelectual para desempenhar este cargo. Quando discursa parece-me sempre artificial, como se estivesse a posar para uma fotografia, à espera de causar algum tipo de impacto. Desconheço se na vida quotidiana é um tipo simples, honesto e com qualidades várias, pode ser que sim, claro. Mas politicamente é um desastre, compactuou na invasão do Iraque, não me parece ter espinha dorsal para dizer não e seria anedótico tê-lo a representar-me. Mas enfim, tudo é possível, sobretudo dar-se muita importância e valor histórico a quem não o merece e desvalorizar-se quem a ele tem o máximo direito.
Ainda que muito diferentes, Vasco Lourenço e Barroso podem ser dois candidatos para serem falados, mas não serem votados...
ResponderEliminarSerá, jrd? É que o primeiro é votado ao esquecimento e o segundo pode arrecadar votos, sim.
EliminarA este seu texto bato palmas. Não poderia concordar mais, quer no ponto um, quer no dois. Acrescentar, seria sinónimo de estragar, portanto que não se estrague o que está excelente.
ResponderEliminar"não me parece ter espinha dorsal para dizer não e seria anedótico tê-lo a representar-me", pronto, resolvi voltar atrás para bater mais palmas a esta passagem.
Beijinho, Fátima :)
:) Obrigada, maria :) Na verdade, hesitei no segundo ponto porque não sou nada elegante, mas, pronto, é só uma opinião e não tenho nada que me prenda para ser politicamente correta :)
EliminarBoa Páscoa para si! *
Dos abutres que nos governam já não me espantam mais as suas decisões e atitudes... Os atores da revolução dos cravos não devem ser esquecidos, mas sim homenageados. Na verdade, acho que a Assembleia da República nem é um espaço digno deles, tal é a bicharada que lá abunda. Merecem um local que cause um outro impacto e uma audiência constituída por um povo que dê valor ao 25 de abril e que tenha orgulho neles.
ResponderEliminarEm relação ao ponto 2: Nem sei que diga, certamente não será um bom candidato, pois nem chegou a dar mostras do seu valor (se é que o tem) quando se pisgou para a Comissão Europeia. Considero, porém, que pior presidente do que o temos (cobarde, mafioso, líder de um gang) é impossível. E a propósito do 25 de abril, o atual PR negou uma pensão a Salgueiro Maia, um dos grandes heróis da revolução, quando este se encontrava gravemente doente... Está tudo dito! Marla
Piorar é impossível... :) Será? ;)
Eliminar