julho 14, 2010

O Leitor


Não vou falar de si...:) Mas do filme que finalmente consegui ver. Aluguei-o e toca de o ver pela noite dentro. Valeu a pena. Trata-se de um filme um pouco para o triste é certo, com uma carga dramática forte e um densidade psicológica assinalável, esta bem ao meu estilo. No fundo é uma história de amor muito invulgar, embora eu considere que quem mais amou foi o "miúdo"... A personagem da Hanna Schmitz, brilhantemente interpretada pela belíssima Kate Winslet é difícil, queremos gostar dela, até porque a literatura que aprecia sempre esteve ligada à sensibilidade, mas ela raramente mostra algum pingo de humanidade. Na cena do reencontro final, muitos anos mais tarde, Michael espera que ela se tenha redimido, que mostre humanismo de alguma forma, mas há ali uma frieza, uma incapacidade de sentir os afectos... Então porque se envolveu Hanna com o miúdo? Lembro-me de ter pensado em solidão, em brutal solidão quando ela desnuda o seu corpo e seduz pela primeira vez o miúdo... É um filme em que a verdade está quase sempre escondida, as razões de Hanna permanecem misteriosas como o seu passado. E fora do comum a cena em que, por orgulho, vergonha, prefere ser condenada a admitir que não sabe ler... Um filme perturbante porque diferente, inesperado, surpreendente e, sim, melancólico.

2 comentários:

  1. Pois é, amiga! Eu tinha te recomendado este filme e folgo em saber que também te marcou profundamente. O argumento e a performance exímia de Kate fazem do filme um "must see it". Além disso, a actriz mereceu indiscutivelmente o Oscar para melhor actriz, um prémio que nos últimos anos nem sempre tem sido atribuido a uma excelente performance... Marla

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  2. Sim, e um Oscar por uma personagem nada cativante...é obra.

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